terça-feira, janeiro 29, 2013

Poetrindade

Há anos que não sou atingida pela bendita trindade da poesia: palavra doada, empenho e musicalidade. Um dia talvez volte lá.

A quem possa querer ir espreitando poesia portuguesa: http://portodeabrigo.do.sapo.pt/

A quem pouco conheça poesia italiana, partilho algumas palavras semi-lascivas que ainda não me permitiram que as traduzisse. São tão da língua delas que traduzi-las me parece pecado.



ti esploro, mia carne, mio oro, corpo mio, che ti spio, mia cruda carta nuda,
che ti segno, che ti sogno, con i miei seri, severi semi neri, con i miei teoremi,
i miei emblemi, che ti batto e ti sbatto, e ti ribatto, denso e duro, tra le tue fratte,
con il mio oscuro, puro latte, con le mie lente vacche, tritamente, che ti accendo,
se ti prendo, con i miei pampani di ruggine, mia fuliggine, che ti aspiro, ti respiro,
con le tue nebbie e trebbie, che ti timbro con tutti i miei timpani, con le mie dita
che ti amano, che ti arano, con la mia matita che ti colora, ti perfora, che ti adora,
mia vita, mio avaro amore amaro:
io sono qui così, la zampa del mio uccello, di quello
che ti gode e ti vigila, sono la papilla giusta che ti degusta, la pupilla che ti vibra
e ti brilla, che ti tintinna e titilla: sono un irto, un erto, un ermo ramo, io che
ti pungo, mio fungo, io che ti bramo: sono pallida pelle che si spella, mia bella, io,
passero e pettirosso del tuo fosso: io la piuma, io l'osso, che ti scrivo: io, che ti vivo:


(1., L'ultima passeggiata, 1982, Edoardo Sanguineti)

quarta-feira, janeiro 16, 2013

Bello essere Habesha!


Caros amigos, colegas, familiares e companheiros ainda desconhecidos,
criar um filme documentário em Itália em 2012 (e produzi-lo entre Itália e Portugal) não foi o desafio mais fácil, como se pode imaginar. Mas nós (Akio Takemoto, Enrico Turci e Inês Vieira) decidimos tentá-lo apesar de tudo, sem financiamento, com pouca experiência mas com muita paixão. O resultado é "Bello essere Habesha", sobre as comunidades etíope e eritreia em Bolonha, Itália: 




Decidimos não ceder aos elementos adversos que emergem inevitavelmente quando nos propomos criar um documento audiovisual. Tentamos também não ceder àquelas forças que tenderiam a pôr-nos atrás de uma secretária, a trabalhar sem gosto e com rendimentos complicados. Resumidamente, decidimos que nesta vida gostaríamos de continuar a divulgar a nossa investigação, a fazer documentários e até outros filmes; e esperamos que concordem connosco que o mundo ainda precisa destas iniciativas.

O que vos pedimos não é dinheiro (nós, "pobres idiotas"), mas simplesmente que partilhem pelas redes sociais ou por email o trailer deste documentário. Temos consciência de que possivelmente não iremos longe com a iniciativa – mas não há nada como abrir as portas das possibilidades.

Obrigado a todos e todas,
Akio, Enrico e Inês

PS – Não disponibilizamos o documentário na totalidade visto que alguns festivais e competições exigem que os documentos audiovisuais nunca tenham sido publicados; mas aos que possam estar interessados ou apenas curiosos, poderão acompanhar o nosso blog (http://belloesserehabesha.wordpress.com) ou entrar em contacto connosco (belloesserehabesha@gmail.com) para saberem como participar ou organizar projecções do documentário "Bello essere Habesha".