segunda-feira, fevereiro 14, 2005
la fianna
há imagens suficientes para que nem sempre se tenha de dizer alguma coisa, mas vivemos aprisionados no mundo das palavras.
o fogo das cores e o calor que barcelona me deu...
sexta-feira, fevereiro 11, 2005
não quero,
estou aqui mas não quero.
é tudo muito interessante
faz as pessoas altas
os olhos semicerrados alcançam tão longe
mas os braços e as mãos não.
aprendemos a viver a solidão
aquele ficar molhado com a chuva sem que ninguém nos enxugue a testa
chegar a casa e ver sempre os mesmos quadros tortos
quartos vazios, arrumados ou não
corredores asfixiantes
corpos exangues
ausentes.
não consigo parar de chorar e de debitar palavras estúpidas, quase tanto como eu, apetece-me mandar tudo pela janela e atirar-me depois, sentir o vento, a ver se ele é mais macio que as palavras e que aquilo que se pensa, ver se é mais frio que eu, se também chora, e depois procurar flores e cheirá-las e pensar que o perfume é a vida e que por isso ela é bonita, não ver números, estou farta de ser números, ser flores folhas ramos troncos raízes terra bichos água luz, ser qualquer coisa que não algarismos ou algoritmos, gostava tanto de ser pessoa pessoa e não pessoa fantoche, estou a crescer para onde se não caibo aqui?, vou deslizando de dentes no chão e olhos vermelhos até não me encontrar mais, perder-me suficientemente bem perdida para não me lembrar que alguém se possa encontrar,
os olhos acabarão por pesar tanto que fecham, cansados, e me adormecem numa falsa ternura de uma ausência de ti.
é tudo muito interessante
faz as pessoas altas
os olhos semicerrados alcançam tão longe
mas os braços e as mãos não.
aprendemos a viver a solidão
aquele ficar molhado com a chuva sem que ninguém nos enxugue a testa
chegar a casa e ver sempre os mesmos quadros tortos
quartos vazios, arrumados ou não
corredores asfixiantes
corpos exangues
ausentes.
não consigo parar de chorar e de debitar palavras estúpidas, quase tanto como eu, apetece-me mandar tudo pela janela e atirar-me depois, sentir o vento, a ver se ele é mais macio que as palavras e que aquilo que se pensa, ver se é mais frio que eu, se também chora, e depois procurar flores e cheirá-las e pensar que o perfume é a vida e que por isso ela é bonita, não ver números, estou farta de ser números, ser flores folhas ramos troncos raízes terra bichos água luz, ser qualquer coisa que não algarismos ou algoritmos, gostava tanto de ser pessoa pessoa e não pessoa fantoche, estou a crescer para onde se não caibo aqui?, vou deslizando de dentes no chão e olhos vermelhos até não me encontrar mais, perder-me suficientemente bem perdida para não me lembrar que alguém se possa encontrar,
os olhos acabarão por pesar tanto que fecham, cansados, e me adormecem numa falsa ternura de uma ausência de ti.
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