mais uma divagaçãozita à custa de devaneios... desta vez, o mote foi "o passado é uma emboscada", intervenção de parede na praça filipa de lencastre
Estás pres@ no limiar da loucura
os teus olhos tecem pautas
subscritas em leituras imperceptíveis
quais amarguras
quais feitos incríveis
quais caudas
ou braços
ou pernas
quais traços
imperceptíveis como tu.
O passado é uma emboscada
e não há futuro de mão beijada
não há beijo sem golpe
não há melodia sem voz
e o presente...
somos nós.
Houve tempo
há tempo
lembras-te daquele suspiro
e daquele arrepio
E agora, frio
e daqui a pouco, novo arrepio
Ainda não aprendeste a ler
não consegues ouvir o calor
Olha! Uma flor...
tem cor de arco-íris.
Sussurra-te docemente
até te aproximares
sente-a, não a arranques.
Entre vozes estanques,
silêncio dolente
imensidão inatingível
sente o ininteligível...
Dói. Aperta.
Mas ainda há uma flor.
Pres@ no limiar da loucura,
ainda és feit@ de amor.
O passado é uma emboscada
e o presente azeda.
Que queda
do infinito...
Perdidos no imenso,
tão sós,
agora não há tempo...
Somos nós.
sexta-feira, setembro 30, 2005
quarta-feira, setembro 14, 2005
benvindos à quimera do ogre
vagueio pelas ruas, vejo como a minha indignação não é só minha...
algures na travessa de cedofeita foi escrito na parede: "mas que bem laborais para a quimera do ogre!" ...com quanta razão...
eis o meu "pequeno" grito de indignação
Escorrem-me orações pelos braços
quais lágrimas azedas
quais crenças perdidas
em traços, nos meus braços,
labaredas
no fogo da razão, aos pedaços
como que existências irreais, desmedidas
Escorrem-me dos braços ao peito
no peito uma tontura
onde está a ternura?
no peito uma tontura,
um abraço perdido no tempo
toma o ódio como sustento
e suspira, escorrega
manchas vermelhas na vitrine
ecrã gigante da vida
perdida
desmedida
odiada e odiável
corpo ou espírito, nada moldável
Escorrem-me do peito para a cintura
onde está a ternura?
escorrem-me do peito para a cintura
em curvas e contracurvas quebradas,
acentuadas perseguições
cegas,
visões tristes, desenxabidas
de quem dispensa mais vidas
Sem delongas,
corpo e espírito em tortura
onde está a ternura?
corpo e espírito em tortura
suave tortura
corrosiva
fricativa
tortura mole, prolongada
ser morto servindo de espada
a batalhas ascendidas
corrosivas, fricativas
batalhas em nome código
só ódio
só ódio
batalhas em nome código
guerras sem nome próprio
olhos escondidos nas sombras
nos escombros
um grito abafado
sufocado por um pano podre
benvindos à quimera do ogre
dor sem fundo,
sem luta.
E uma nota solta, perdida
desmedida
adorável
incomensurável
te procura
onde está a ternura?
te procura
no mercado, na praça,
no convento das orações,
no campo, no rio,
no mar, na floresta,
na rua, na giesta
soa uma sirene
convulsões
tudo corre até ao pódio
só ódio
só ódio
tudo corre até ao pódio
onde jaz a alma, a tua vida
incumprida
desmedida
perdida
os teus olhos aí perdidos
brancos, deslavados
testemunhas coniventes
da tua destruição
não não
não não
e eu amo-te tanto…
amo a tua candura
onde está a ternura?
amo a tua candura
és branco de morto
branco de vazio
morto vazio e nada
só corpo
mais nada
grita, chora,
és espada
de uma batalha ascendida
perdida
desmedida
batalha errante contra a vida
exército de mortos operantes
corpos errantes
todos no pódio
só ódio
só ódio
belos de candura
onde está a ternura?
a vida a fugir-nos da mão
não não
não não
NÃO!
Amo-te com amor… não com ódio
desce comigo do pódio
vem para o chão ser humano
dá-me calor
dou-te ternura
doçura
amor
algures na travessa de cedofeita foi escrito na parede: "mas que bem laborais para a quimera do ogre!" ...com quanta razão...
eis o meu "pequeno" grito de indignação
Escorrem-me orações pelos braços
quais lágrimas azedas
quais crenças perdidas
em traços, nos meus braços,
labaredas
no fogo da razão, aos pedaços
como que existências irreais, desmedidas
Escorrem-me dos braços ao peito
no peito uma tontura
onde está a ternura?
no peito uma tontura,
um abraço perdido no tempo
toma o ódio como sustento
e suspira, escorrega
manchas vermelhas na vitrine
ecrã gigante da vida
perdida
desmedida
odiada e odiável
corpo ou espírito, nada moldável
Escorrem-me do peito para a cintura
onde está a ternura?
escorrem-me do peito para a cintura
em curvas e contracurvas quebradas,
acentuadas perseguições
cegas,
visões tristes, desenxabidas
de quem dispensa mais vidas
Sem delongas,
corpo e espírito em tortura
onde está a ternura?
corpo e espírito em tortura
suave tortura
corrosiva
fricativa
tortura mole, prolongada
ser morto servindo de espada
a batalhas ascendidas
corrosivas, fricativas
batalhas em nome código
só ódio
só ódio
batalhas em nome código
guerras sem nome próprio
olhos escondidos nas sombras
nos escombros
um grito abafado
sufocado por um pano podre
benvindos à quimera do ogre
dor sem fundo,
sem luta.
E uma nota solta, perdida
desmedida
adorável
incomensurável
te procura
onde está a ternura?
te procura
no mercado, na praça,
no convento das orações,
no campo, no rio,
no mar, na floresta,
na rua, na giesta
soa uma sirene
convulsões
tudo corre até ao pódio
só ódio
só ódio
tudo corre até ao pódio
onde jaz a alma, a tua vida
incumprida
desmedida
perdida
os teus olhos aí perdidos
brancos, deslavados
testemunhas coniventes
da tua destruição
não não
não não
e eu amo-te tanto…
amo a tua candura
onde está a ternura?
amo a tua candura
és branco de morto
branco de vazio
morto vazio e nada
só corpo
mais nada
grita, chora,
és espada
de uma batalha ascendida
perdida
desmedida
batalha errante contra a vida
exército de mortos operantes
corpos errantes
todos no pódio
só ódio
só ódio
belos de candura
onde está a ternura?
a vida a fugir-nos da mão
não não
não não
NÃO!
Amo-te com amor… não com ódio
desce comigo do pódio
vem para o chão ser humano
dá-me calor
dou-te ternura
doçura
amor
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