segunda-feira, setembro 22, 2008

cedo (do verbo ceder)

que grande... para mais, ver o cd "Canção ao lado" de Deolinda.

se for assim, que haja fado

(faltam nesta montagem algumas das músicas mais bonitas. é procurar...)

sexta-feira, setembro 12, 2008

sexta-feira, setembro 05, 2008

palavras de agosto, palavra de verão

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tempos parados em estações. tempos que se movem sem destino preciso, invenção de palavras. tempos de morte aventureira para se renascer. tempos de vida. tempos de necessidade. natureza de tempos amáveis e agrestes. conchas repletas de tempos, sons e espaços. tempos e melodia e de melancolia.
tempos e tempos e tempos.

partida e chegadas. nunca somos um só, por mais que sejam as palavras atrofiadas ou ditas. cruzamentos incansáveis de surpresa, beleza e beatitude de paisagens que nos ignoram e superam. que bela ignorança beata. que beatitude mais despercebida. carris incólumes, quentes, portadores. belos viajantes, infindos sonhos, vontade de partir e de ficar. medo de atravessar o que se enfrenta. medo de partir e de perder. confiança no invisível que é mais objecto que o próprio corpo. dança e acrobatas de aromas e outros sentidos. dança, que o corpo não pode parar. colares ternurentos, memória e percurso. andar em frente, não às arrecuas. encher a vida - ela é nossa. vivê-la soberanamente em cada rua por decalcar. viver sem mágoa, inventar coragem e criar caminho. avançar, deslumbrar, (re)partir, enfrentar, caminhar, caminhar, caminhar.

sigo as sombras e os reflexos, depois espero. no tempo de espera, invento-me. dou sentido à ocorrência. brotam termos que vão definindo cada acção, e o outro vê-me e reflecte. reflectindo, sigo em frente e volto a parar. procuro a direcção do meu andar. paragem necessária para a invenção do novo tempo. tempo de espera, tempo de invenção, tempo de mim mesma. sou o tempo que percorro.