segunda-feira, setembro 24, 2007

Acordai

Svegliatevi...

Heróica, letra José Gomes Ferreira, música Fernando Lopes Graça


Acordai
acordai
homens que dormis
a embalar a dor
dos silêncios vis
vinde no clamor
das almas viris
arrancar a flor
que dorme na raíz

Acordai
acordai
raios e tufões
que dormis no ar
e nas multidões
vinde incendiar
de astros e canções
as pedras do mar
o mundo e os corações

Acordai
acendei
de almas e de sóis
este mar sem cais
nem luz de faróis
e acordai depois
das lutas finais
os nossos heróis
que dormem nos covais
Acordai!

domingo, setembro 23, 2007

respiro, sufoco

não devia ser permitido viver com tão pouco ar. é um sufoco pensar que há quem pense em não respirar mais. como tu. como consequência também a mim custa respirar, não há ciclo possível, é uma espiral que causa vertigens e degola qualquer sonho.


às vezes pergunto-me se os sítios em que te penso são aqueles em que vives. quando a tua presença se reduz ao meu pensamento, a fragilidade parece diminuir à mesma proporção da intensidade. o reino vazio. aquele sítio em que somos fortes porque não sentimos, não temos essa necessidade. não quero viver no vazio. prefiro magoar-me a cada passo e sentir que este corpo, que me rejeita, conseguiu andar mais.


deito-me no teu caudal, rio das minhas lágrimas. o teu abraço é terno

rio douro, zona de sabrosa, vila real

Milk and Honey

Jackson C. Frank (original version)
nello stesso film di Gallo... però questo video non c'entra niente.


c'è un'altra bella versione, di Nick Drake.

quinta-feira, setembro 20, 2007

"onde perderam a cor nossos sonhos?"

dove hanno perso il colore i nostri sogni?

poesia urbana
rua de oliveira monteiro, porto, em setembro de 2005




uns anos antes (dezembro de 2002) tinha pensado em qualquer coisa do género. fiz o que a repetição de dias no hospital, à espera de ar, me permitiu. nesse tempo vivia entre o vermelho e o negro. hoje lembrei-me.

alcuni anni prima (dicembre 2002) avevo pensato in qualcosa simile. ho fatto quello che la ripetizione di giorni passati nell'ospedale, aspettando l'aria, mi ha permesso. in quel tempo vivevo tra il rosso e il nero. oggi mi sono ricordata.


estou assim. sto cosi



que falta de cor, a minha vida

che mancanza di colore, la mia vita

.

(bolle. come alcuni dicono - ferve)

quarta-feira, setembro 19, 2007

non mi va di scrivere in italiano

de nan goldin














valerie and gotsho embraced, paris, 1999

guido floating, sicily, 1999







dor dor dor

.

não me alcances com ódio, que eu fujo de mim por te querer aqui dentro. em conversas de eu e eu, a minha imbecilidade pede não fujas de mim, pega-me ao colo e logo me agrido, tal como tu o farias. viras as costas e vais-te embora. e vou ter com o nada que me espera, vestido de desespero, única instância com quem faço amor. deito-me doente e serena no vazio e faço de conta que a vida tem sentido. ou a morte. é uma encenação escura, não sei se sem música ou se me tornei surda. e olho o vazio meigo de silêncio (porque o silêncio é atroz se fora do vazio), desmaio e, em modo cobarde, penso se não seria melhor não acordar. sou intrinsecamente imbecil. não te quero compreender porque tenho medo da ideia de que te perdi mal nos olhámos. aquele olhar de tiro.


não há contexto que nos tolere.


não fujas de mim, pega-me ao colo

quinta-feira, setembro 13, 2007

não me apetece escrever em português

nella palla
(foto by enrico, produzione by akio)



vorrebbe rendere perpetuo l'abbraccio al infinito e poter dare una carezza senza sentire il quanto fa male. mi piacerebbe non percepire che tradisco tutto un mondo nel mio sguardo; però sono egoista e preferisco non tradirmi a me stessa. la verità cruda è che sono qui, senza fame, con delle dolori variabili, vagando nello spazio ed aspettando, come un bambino, quel sguardo tenero che mi permetta di andare avanti.