quinta-feira, novembro 09, 2006
moving to bologna BO
viaggio in
http://rebolognya.blogspot.com
vi aspetto!
sábado, outubro 28, 2006
segunda-feira, agosto 28, 2006
@ bologna
grazie, Gu!
Lost in cheap delirium
Searching the neon lights
I move carefully
Sink in the city aquarium
Sing in the key of night
As they're watching me
Take me somewhere we can be alone
Make me somewhere I can call a home
'Cause lately I've been losing my own
Wrapped in silent elegance
Beautifully broken down
As illusions burst
Too late to learn from experience
Too late to wonder how
To finish first
Take me somewhere we can be alone
Make me somewhere I can call a home
'Cause lately I've been losing my own
Won't you take me home ?...
home, Zero7
dura, la tua macanza...
sábado, julho 22, 2006
dia de acção internacional pelo líbano
Saturday July 22, 2006 has been declared "International day of action against Israeli aggression". We call on people all around the world to rise up on that day and be heard.
Please organize an action in your city or area on that day under the banner of the "International day of action against Israeli aggression". If you already have something planned for that day condemning Israel's actions or in support of the people of Palestine and Lebanon, please link it to the international action.
Each city / area is requested to appoint one coordinator (or more) and send us their email addresses to create a coordination list.
Please act now. There is no time to waste. Thank you.
em http://electronicintifada.net/v2/article5135.shtml
não consegui saber disto antes. infelizmente. é preciso fazer alguma coisa... e não sei o quê, nem como. mas precisamos de nos mover para este massacre parar.
por hoje, e a meio de um dia/noite de trabalho, só posso espalhar por aqui esta mensagem. como seres humanos, temos de agir e não continuar massivamente parados e passivos perante tanto ódio estúpido e desprezável
*
por um mundo sem violência
nota - ver também
http://mazenkerblog.blogspot.com
http://laureghorayeb.blogspot.com
...
segunda-feira, julho 17, 2006
paqui, pali...
Meditação transcendental… Deixo o espírito em branco para que as imagens apareçam por si… Bonitas, alegres, positivas… Procuro dentro de mim… No meu eu mais profundo… O meu espírito devia sentir-se liberto… Mas não… E que vejo eu nos confins da minha alma? Negro… Vejo tudo negro… Mas não é caso para desanimar… Ommmmmmmmmm…
Por fim, uma luz ao fundo do túnel! Uma luzinha que emerge do meu reservatório psicótico… Transforma-se numa luz deslumbrante, que avança implacavelmente… Invade-me um calor asfixiante… É um incêndio pavoroso! Oiço tiros, gritos, gemidos de dor… Vejo refugiados que fogem com a roupa que têm no corpo… Corpos decapitados… Aviões e abutres sobrevoando os cadáveres… Para trás, más vibrações! Ao largo, más sensações! Energia positiva, vinde a mim!
OMMMMMMMMMMMM…! Tenho a aura num estado miserável, carago!
idem
domingo, julho 02, 2006
rua do inferno
Paqui Morales, 38 anos, divorciada, sem filhos, caixeira de supermercado, ex-crente, ex-agnóstica e ex quase tudo o que quiserem. Agora posso dizer sem receio de me enganar que desperdicei a minha juventude com o homem inadequado. Mas limitei-me a fazer tudo aquilo para que estava programada. O liceu, os amigos, o namorado, o desemprego, o trabalho, o apartamentozinho, as cortinas do apartamentozinho, os móveis da cozinha do apartamentozinho, o casamento, a viagem de núpcias e o fim da história. A minha vida conjugal foi tão apaixonante como um tratado sobre os marsupiais. Noite após noite, besuntava-me com os cremes da eterna juventude. A seguir vestia a camisa de noite, sempre a mesma, mas cada vez mais curta, e deitava-me à espera que ele se pusesse em cima de mim. Mas ele já tinha adormecido no sofá.
Depois do divórcio tentei desforrar-me arrastando para a minha cama centenas de homens. Ao princípio teve a sua graça, mas um dia descobri que em cima de mim, a bufar contra a minha almofada, estava o mesmo tipo de que me tinha divorciado. Bem, de facto não era exactamente o mesmo, mas resfolegava da mesma maneira, por isso tirei-o de cima de mim e lancei-lhe: “Ó minha besta, não vês que eu não sou uma boneca insuflável? Preciso que falem comigo, que me amem, que me façam sentir que sou gente.” Não demorou nem dois minutos a pôr-se na alheta.
A minha vida tornou-se um calvário: solidão, incomunicação, pizzas congeladas… Até que, numa noite de insónias, encontrei o amor num chat porno. Fazia-se chamar Mosca, mas eu precisava com urgência de um homem diferente, e ao fim e ao cabo tínhamos entrado ambos naquele chat por mero interesse sociológico… “O meu nome é Rosa Branca.” “E como és?” “Culta, sonhadora, inconformista… E tu?” “Alto, bonito, nadador-salvador…” Começámos a falar de música, de cinema, de poesia, e a empatia foi imediata. O Mosca era tão educado, tão atencioso, tão interessante… Partilhámos a nossa torre de marfim, arredados do mundo, a falar de música, de cinema, de poesia, durante meses e meses, mas nunca de sexo. Até que, um belo dia, eu me fartei e disse-lhe: “Amo-te, coração. Preciso de te conhecer em carne e osso, de te tocar, de te morder, de fazer amor contigo desvairadamente.” “Sou casado.” “Não me importa!” “Sou calvo, baixinho e funcionário público.” “E que importância tem isso? Passaste no exame. Só quero saber quando e onde nos podemos encontrar.” “Vivo na Nova Zelândia”. Outra qualquer teria desistido, mas eu não. Eu pedi um empréstimo ao banco, meti-me num avião e aterrei na Nova Zelândia. Esperei durante seis horas com uma rosa branca na mão, para ele me reconhecer. Por fim, cravei os espinhos todos nos dedos. O Mosca nunca apareceu, e eu continuo a pagar o empréstimo.
A Rua do Inferno, de Antonio Onetti
terça-feira, fevereiro 14, 2006
feliz dia
há uma frase de rua: "um único verso seria uma nódoa no meu poema". peço desculpa, não me lembro do nome...
_________
faz de conta que não estamos no papel, mas numa espiral que, mediante o ângulo de que se observe, vai variando as suas tonalidades entre azul-cinzento, púrpura, negro e certos laivos mais quentes. se nos ausentássemos da nossa condição em espiral e, antes, a olhássemos de fora, poderíamos ver como o encarnado encobre os nossos corpos quando as linhas se tocam, ao voarmos. como essa cor advém dos aromas doces que partilhamos, delineados nas contracurvas que nos definem.
dentro do faz de conta temos um toque comum, um olhar comum, um sabor comum, uno na diversidade da pontuação gráfica e melódica que nos habita. sarrabiscas um mundo tão bonito quanto os teus dedos, mais bonito do que os meus olhos possam albergar.
mas são esses olhos que, agora, não te encontram. saímos do faz de conta. constatas que a nuvem da proibição se torna densa e densa e ainda mais densa, e deixamos de nos poder ver. agora choro, porque não te tenho nem posso estar em ti. agora não vejo cores, e esse cinzento que possivelmente nos habita a ambos não é translúcido e não deixa ver mais nada.
dói-me a barriga, os braços, as pernas, os olhos, o nariz, a boca, as mãos, o peito. falta-me cheirar-te, degustar-te, contemplar o belo que em ti reside e que nunca aprendi a definir. falta-me sentir-te e sentir-me em ti.
não sei como escrevo, a tua ausência esvazia-me. sou uma gota estática e não saio das ondas que batem incessantemente contra as rochas, não consigo.
a espiral esgana-me. as imagens consomem-me. a cor abandonou-me. só vejo reticências a esgotar o caminho que poderia seguir. a música chora connosco.
e fico a ver-te passar atrás do teu amor. seremos, talvez, demasiado encarnados para termos valor.
mas daqui a nada irei respirar-te. converso com a minha ausência e digo:
faz de conta... faz de conta que não estamos no papel, mas numa espiral que, mediante o ângulo de que se observe, vai variando as suas tonalidades entre azul-cinzento, púrpura, negro e certos laivos mais quentes. se nos ausentássemos da nossa condição em espiral e, antes, a olhássemos de fora, poderíamos ver como o encarnado encobre os nossos corpos quando as linhas se tocam, ao voarmos. como essa cor advém dos aromas doces que partilhamos, delineados nas contracurvas que nos definem.
dentro do faz de conta temos um toque comum, um olhar comum, um sabor comum, uno na diversidade da pontuação gráfica e melódica que nos habita. sarrabiscas um mundo tão bonito quanto os teus dedos, mais bonito do que os meus olhos possam albergar.
és uma prosa poética. sem ti as ruas não fazem sentido, as pautas não fazem sentido, as páginas não fazem sentido. enche a tua vida de metáforas, eufemismos, ternuras. serei um paradoxo, não peço mais espaço.
um único verso seria uma nódoa no teu poema. não quero sujar-te mais *