sábado, julho 22, 2006

dia de acção internacional pelo líbano

As Israeli attacks on civilians continue and escalate day after day in Lebanon and Palestine and as the world's governments support Israel's crimes or, at best, turn a blind eye to its actions it is time for the people to speak.

Saturday July 22, 2006 has been declared "International day of action against Israeli aggression". We call on people all around the world to rise up on that day and be heard.

Please organize an action in your city or area on that day under the banner of the "International day of action against Israeli aggression". If you already have something planned for that day condemning Israel's actions or in support of the people of Palestine and Lebanon, please link it to the international action.

Each city / area is requested to appoint one coordinator (or more) and send us their email addresses to create a coordination list.

Please act now. There is no time to waste. Thank you.


em http://electronicintifada.net/v2/article5135.shtml



não consegui saber disto antes. infelizmente. é preciso fazer alguma coisa... e não sei o quê, nem como. mas precisamos de nos mover para este massacre parar.

por hoje, e a meio de um dia/noite de trabalho, só posso espalhar por aqui esta mensagem. como seres humanos, temos de agir e não continuar massivamente parados e passivos perante tanto ódio estúpido e desprezável

*

por um mundo sem violência


nota - ver também
http://mazenkerblog.blogspot.com
http://laureghorayeb.blogspot.com
...

segunda-feira, julho 17, 2006

paqui, pali...

















Meditação transcendental… Deixo o espírito em branco para que as imagens apareçam por si… Bonitas, alegres, positivas… Procuro dentro de mim… No meu eu mais profundo… O meu espírito devia sentir-se liberto… Mas não… E que vejo eu nos confins da minha alma? Negro… Vejo tudo negro… Mas não é caso para desanimar… Ommmmmmmmmm…

Por fim, uma luz ao fundo do túnel! Uma luzinha que emerge do meu reservatório psicótico… Transforma-se numa luz deslumbrante, que avança implacavelmente… Invade-me um calor asfixiante… É um incêndio pavoroso! Oiço tiros, gritos, gemidos de dor… Vejo refugiados que fogem com a roupa que têm no corpo… Corpos decapitados… Aviões e abutres sobrevoando os cadáveres… Para trás, más vibrações! Ao largo, más sensações! Energia positiva, vinde a mim!

OMMMMMMMMMMMM…! Tenho a aura num estado miserável, carago!


idem

domingo, julho 02, 2006

rua do inferno

Paqui Morales, 38 anos, divorciada, sem filhos, caixeira de supermercado, ex-crente, ex-agnóstica e ex quase tudo o que quiserem. Agora posso dizer sem receio de me enganar que desperdicei a minha juventude com o homem inadequado. Mas limitei-me a fazer tudo aquilo para que estava programada. O liceu, os amigos, o namorado, o desemprego, o trabalho, o apartamentozinho, as cortinas do apartamentozinho, os móveis da cozinha do apartamentozinho, o casamento, a viagem de núpcias e o fim da história. A minha vida conjugal foi tão apaixonante como um tratado sobre os marsupiais. Noite após noite, besuntava-me com os cremes da eterna juventude. A seguir vestia a camisa de noite, sempre a mesma, mas cada vez mais curta, e deitava-me à espera que ele se pusesse em cima de mim. Mas ele já tinha adormecido no sofá.

Depois do divórcio tentei desforrar-me arrastando para a minha cama centenas de homens. Ao princípio teve a sua graça, mas um dia descobri que em cima de mim, a bufar contra a minha almofada, estava o mesmo tipo de que me tinha divorciado. Bem, de facto não era exactamente o mesmo, mas resfolegava da mesma maneira, por isso tirei-o de cima de mim e lancei-lhe: “Ó minha besta, não vês que eu não sou uma boneca insuflável? Preciso que falem comigo, que me amem, que me façam sentir que sou gente.” Não demorou nem dois minutos a pôr-se na alheta.

A minha vida tornou-se um calvário: solidão, incomunicação, pizzas congeladas… Até que, numa noite de insónias, encontrei o amor num chat porno. Fazia-se chamar Mosca, mas eu precisava com urgência de um homem diferente, e ao fim e ao cabo tínhamos entrado ambos naquele chat por mero interesse sociológico… “O meu nome é Rosa Branca.” “E como és?” “Culta, sonhadora, inconformista… E tu?” “Alto, bonito, nadador-salvador…” Começámos a falar de música, de cinema, de poesia, e a empatia foi imediata. O Mosca era tão educado, tão atencioso, tão interessante… Partilhámos a nossa torre de marfim, arredados do mundo, a falar de música, de cinema, de poesia, durante meses e meses, mas nunca de sexo. Até que, um belo dia, eu me fartei e disse-lhe: “Amo-te, coração. Preciso de te conhecer em carne e osso, de te tocar, de te morder, de fazer amor contigo desvairadamente.” “Sou casado.” “Não me importa!” “Sou calvo, baixinho e funcionário público.” “E que importância tem isso? Passaste no exame. Só quero saber quando e onde nos podemos encontrar.” “Vivo na Nova Zelândia”. Outra qualquer teria desistido, mas eu não. Eu pedi um empréstimo ao banco, meti-me num avião e aterrei na Nova Zelândia. Esperei durante seis horas com uma rosa branca na mão, para ele me reconhecer. Por fim, cravei os espinhos todos nos dedos. O Mosca nunca apareceu, e eu continuo a pagar o empréstimo.

A Rua do Inferno, de Antonio Onetti