sexta-feira, setembro 30, 2005

tempo

mais uma divagaçãozita à custa de devaneios... desta vez, o mote foi "o passado é uma emboscada", intervenção de parede na praça filipa de lencastre


Estás pres@ no limiar da loucura

os teus olhos tecem pautas
subscritas em leituras imperceptíveis
quais amarguras
quais feitos incríveis
quais caudas
ou braços
ou pernas
quais traços
imperceptíveis como tu.

O passado é uma emboscada
e não há futuro de mão beijada

não há beijo sem golpe
não há melodia sem voz

e o presente...
somos nós.

Houve tempo
há tempo
lembras-te daquele suspiro
e daquele arrepio

E agora, frio
e daqui a pouco, novo arrepio

Ainda não aprendeste a ler
não consegues ouvir o calor

Olha! Uma flor...
tem cor de arco-íris.

Sussurra-te docemente
até te aproximares

sente-a, não a arranques.

Entre vozes estanques,
silêncio dolente

imensidão inatingível

sente o ininteligível...

Dói. Aperta.

Mas ainda há uma flor.

Pres@ no limiar da loucura,
ainda és feit@ de amor.

O passado é uma emboscada
e o presente azeda.

Que queda
do infinito...

Perdidos no imenso,
tão sós,
agora não há tempo...

Somos nós.

2 comentários:

Anônimo disse...

nem tenho palavras para dizer o quanto me tocou....fantástico :)

v.

Lampimampi disse...

:)