segunda-feira, novembro 29, 2010

olhos semicerrados de luz branca



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estou naquela fase em que olho para o meu "caderninho preto" e nenhuma palavra poética da minha parte pode ser encontrada.

que a fase passe.

ou melhor, que a poesia esteja em cada uma das vossas vidas

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segunda-feira, novembro 22, 2010

Talvez esteja em dia de ser ingrata...

... mas será que quem, do seu bom público, reivindica esta greve de tamanha proporção - 24 de Novembro - tem noção de que não serão os maravilhosos políticos a procurar uma maneira qualquer de inventar transporte para ir trabalhar? Esses têm transporte particular, pá. Com chauffer. Nem todos podem "grevar", já se aperceberam? Eu posso, mas também ninguém nota, porque sou das poucas sortudas sem horário fixo. Mas nem todos podem. Há quem tenha de inventar a porra do mundo para o conseguir. E será que os amigos grevistas apanham esta parte? So sorry, enquanto tivermos (entre outros) serviços de transporte colectivo sem concorrência, isto vai de mal a pior - não é só na greve, é em muitas coisas. Custa perceber como é que o povo se mexe na 4ªfeira. Nem serviços mínimos no Metro. Hora de ponta nos comboios é tudo o que existe. Poluam, que faz bem. Não têm carro? Tivessem!

Estou em dia de pouca compreensão, confesso. Costumo ser solidária nestes dias, mas no próximo não vou ser. E paciência para o facto de a bolsa de investigação por tabela FCT, tal como a que recebo, não ser actualizada há 10 anos, ou lá quantos anos forem. E paciência por não ter estabilidade contratual e nem me ser possível pedir um empréstimo. E etc. Porque diz-me a antiga convivência que somos todos muito precários e inflexíveis, sobretudo quando podemos ficar na cama a dormir até às 16h.

Damn. Que mau humor, este que afecta a portuense em Lisboa. Que mau humor, este que chega quando nos apercebemos que a vida não é mesmo cor-de-rosa e que o activismo foi/é só uma parte, não enche o prato. E etc. Que mau humor, este de nos apercebermos de que a vida não é só a parte do sonho, e que a nossa utopia tem limites hiper-tangíveis.

A mim, magoa. E não digo estas palavras da boca para fora. Nada disso.

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Nota - como convém nas críticas, deixo uma alternativa. Façam greve, claro que sim - toda a gente pode entrar nos transportes colectivos e nem uma pessoa pode pagar bilhete. Alguma acção poderia ter mais impacto (económico, entre outros) junto dos hiper-coisos patrões?


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