segunda-feira, maio 30, 2011

chovem palavras tristes por aqui

e isso cansa-me um bocadinho.

Não sou capaz de me desfazer deste blog, tenho-o desde 2004. Mas é-me difícil ler as palavras duras e tristes que lhe costumo adicionar. Quem tem palavras bonitas e mais dóceis que possa emprestar?

:) boa semana *

segunda-feira, maio 23, 2011

por não sabermos o tempo da despedida

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Não, nem sempre sabemos quando nos havemos de despedir. Nem sempre atinamos com a pedra dura que não queremos que se nos coloque pela frente. Nem queremos acreditar que ela seja incontestavelmente esperada, mesmo quando nos oferecem um pré-aviso. E esse é um dos sinais da nossa beleza enquanto humanos - não queremos que o nosso mundo se despeça de nós, dignificamos a esperança pelo sorriso. Todos "os outros" tendem a perecer, mas os nossos dão sempre a volta. São os mais fortes, é incontestável. Nem sempre nos apercebemos de que a sua força também está na partida.

E ela parte-nos. Põe-nos aos bocadinhos sem percebermos como nem porquê, e encenamos a volta ao nosso teatro quotidiano. Encenamos a força que temos e que por momentos não nos encontra na plenitude. A beleza prevalece e a memória é tão incontestável quanto doce - e as palavras cómicas, meigas ou sentidas de quem parte continuam connosco até que possamos, noutro estado, voltar a rir ou discutir com quem nos habituou a fazê-lo.

Há quem opte por se ir embora da nossa vida. Também já o fizemos. Mas rói muito mais saber que alguns dos que mais guardamos se vão embora sem perceberem como convocar a despedida. Talvez nunca tenham ido mesmo e estejam em cada sorriso, em cada palavra e em cada alma cheia com que o nosso caminho nos vai presenteando.

Um mimo no coração de quem perdeu as palavras e os gestos presentes.
O resto há-de continuar cá dentro *