segunda-feira, novembro 21, 2011

Dia 18: No meu prato


Prato simples @ Sintra, 2011

A verdade é que não costumo ser muito arrojada. Nem sempre faço aqueles pratos mais vistosos, mas esforço-me sempre por cozinhar com o coração. Particularmente desde que me tornei vegetariana, fui cultivando a capacidade de ver num prato uma pirâmide agradável, com proteínas, vitaminas, minerais, hidratos de carbono e água, por vezes com uns extras saborosos (e necessários!) que tornem a refeição ainda mais especial. Este é um dos exemplos, representativo do meu ritual quotidiano: preparar um tabuleiro, escolher um guardanapo de pano (o descartável faz-me uma certa confusão), talheres e prato; compor com o que tenho no frigorífico e na despensa; et voilà. Neste caso, um bife de soja estufado em molho de tomate, arroz selvagem e salada de rúcula, salpicados com sementes de sésamo e chia. Para quê mais? :)

quarta-feira, novembro 16, 2011

Dia 17: Proeza



A verdadeira proeza, creio, é encarar com crescentes bons olhos o que não conhecemos. Por palavras metamorfoseadas dos desenhos animados <3 é encontrar o panda que vive em mim, aceitá-lo e treiná-lo em corpo, mente e espírito, sem permitir que ele abdique do gosto de comer e cozinhar coisas boas. É pensar que, mesmo na possibilidade de ser um urso corpulento, percorro o meu caminho com a garra de um tigre domado por si mesmo. Proeza é enfrentar o tremor do dia que passa e acreditar no seguinte, que poderá trazer mais flores - ou no qual poderei, pelo menos, aprender a ver flores. E não posso negar que, mais recentemente as leituras budistas e o kung fu, e numa base permanente-evolutiva as conversas e abraços deliciosos com a família e os amigos, têm tido um peso fabuloso nesta construção :)

segunda-feira, novembro 14, 2011

Dia 16: Mau hábito


Sem linhas @ Porto, 2002

O meu pior hábito, desde sempre, é o medo. Leva-me a perder os sentidos, literalmente. Por vezes consigo distrair-me - como quando percorria a caneta por esta página, durante 4 meses, nos tempos de espera das viagens ao hospital. O medo protege e ataca, sendo hábito ataca muito e ferozmente. Qualquer hábito é de mais fácil perda do que este - mas não desisto.

sexta-feira, novembro 11, 2011

Dia 15: Às 14h


Momentos de café @ Cinque Terre, 2007

Às 14h, café. Se for fim-de-semana em família, porém, o café ainda tem de aguardar algumas horinhas... Este café está particularmente sorridente e colorido, na foto tirada pelo Enrico quando percorremos a pé as Cinque Terre num só dia :)

segunda-feira, novembro 07, 2011

Dia 14: Indispensável


Amor, de versos eternos @ Porto, 2010

Indispensável? Só o amor... E nas casas que me criaram, ele transborda. Não há melhor escola que essa :)

sexta-feira, novembro 04, 2011

Dia 13: Viagem


Partida @ Aeroporto de Frankfurt (Hahn), 2006

A meio da viagem de partida, Inês, Carmen e Vieira na nossa estreia de low cost: Porto-Frankfurt (Hahn)-Bologna (Forli). Dia 23 de Agosto de 2006, 20 anos e 1 dia, o início da viagem para Erasmus. O cabelo ainda longo e desgrenhado, as meias ainda diferentes, os sapatos que durassem uma vida, saia reciclada e camisola herdada, colares feitos com conchas e madrepérolas recolhidas na praia, o telemóvel que convenci um ladrão a devolver-me e o início dos moleskine. O início de muita coisa, daquelas coisas que duram, ao exemplo de sentir que uma parte do sangue é viagem e a outra é procura de conhecimento, as lições que me foram dadas sobretudo pelas crianças e famílias migrantes com quem trabalhei, que me fizeram crer que seria este um dos meus quase-eternos interesses de investigação... Vim de lá outra. Foi a primeira viagem. Vim com coragem para muita coisa e sem coragem para algumas coisas que devia. Vim despedaçada por sentir que as viagens começam e acabam, contra a expectativa de serem eternas (só a macro-viagem da vida o é, enquanto dura). Vim com sonhos desfeitos e com a estrutura preparada para construir um sonho maior. Perdi um bocadinho dos medos, mas também das ilusões aparentemente positivas, e doí-me neste percurso. Adoeci sozinha e percebi que conseguia recuperar. Apareceram algumas estrelas, do nada, que ofereceram acompanhamento gratuitamente. Vivi sozinha durante um mês e com dois amigos pelo resto desse ano - e foi a partilha de casa mais solarenga da história, em que uma das regras era não falar muito pela manhã, preparando sempre bastante café para quem surgisse do sono. Apaixonei-me por outra língua. O tempo curou-me, permitiu-me mudar de lugar-residência dentro do nosso país (que é o meu, falado na minha língua do coração) e encontrar uma outra realidade, bem maior e mais profunda que qualquer memória que tivesse, num clima de amor que cresce muito e pouco teme... :) Vivo em viagem, vivo a melhor viagem - mas foi esta a primeira, e nunca a esquecerei.

terça-feira, novembro 01, 2011

Dia 12: Nostalgia (I)


D. Flora @ Matosinhos, 1900-e-troca-o-passo

Com a professora Cristina, a preparar o espantalho D. Flora, na nossa dinâmica de concursos anuais a Serralves... Nostalgia boa :)