segunda-feira, junho 09, 2008

poesia do prosaico

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I.

É íntimo, o mundo em que te sento. Tão íntimo quanto o meu corpo nu. Vestes-me algumas linhas e empurras para ela o meu pescoço. Como se o cabelo não existisse. E ela, molenga, aceita-me e recua. Estancam os meus olhos nos acumuladores de palavras. Palavras limpas e palavras sujas, presumo. Todas juntas, ignorando o meu sono.

Sento a toalha na cama, ela veste um mínimo de subtileza e conduz-me à almofada. Frente à cama, arquivos. Palavra de sono.


II.

Esbranquiçada e torta por todo. Quase-rebola e vê o mundo quase-morto. Só precisa de água e luz e de perder o esquecimento. Criar memória e colá-la às coisas. Para haver coisas com memória e menos mortas. Depois, quando rebola torta, descobre a vida.

Estanque, a bola de trapos. Ignora a cola que aponta a planta amurchada. Falta-lhe água. Falta-nos perder o esquecimento. Nunca me lembro.


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2 comentários:

pedrovski disse...

isso nao vale dizer menina rebelde! és tu que nao podes parar de escrever, eu estou destinado a escrever dia sim dia nao!
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mar!ana disse...

Beijinho da Maria Esquecida.