sábado, abril 06, 2013

Sair de casa,

fugir e chegar a casa.

Sentir assim, monstruosamente,
com o dentro que recorda que estamos aqui.

Quem poderá dizer adeus em terra firme?

A terra mexeu-se.
A calma envergonhou o vento.
Ele não voltou a espalhá-la.

Paredes levantadas, sonhos mais altos.
Procedemos ao seu sufoco com a maior ternura do mundo.

"Lá fora corremos com a brisa", disse-me.
Sonhar a praia.
Apagar o sonho,
viver o cómodo.

Prolongar o praticado até à exaustão
e - o espanto! - um dia
sair de casa,
fugir e chegar a casa.


28-03-2013, Bolonha

3 comentários:

Anônimo disse...

Gostamos muito, mas quando houver oportunidade, vais trocar isto por miúdos, ou melhor por palavras que a nossa inteligência não abarca nestas. Está bem?
Beijos dos cotas

rebelonya disse...

Isso da inteligência é mentira. Sento-me o tempo todo que quiserem, mas cada um lê o que quiser, que isto não é matemática :)

Beijinho beijinho*

Anônimo disse...

tipo... lá fora cá dentro
:)
bj